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PLÁGIOS TRADUTÓRIOS

(Edição nº 002, de 15 de outubro de 2010.)

Direito & Internet Uma corajosa mulher que não conheço, chamada Denise Bottmann, não só é tradutora como, outrossim, mais que uma conhecedora de obras traduzidas (e seus respectivos tradutores). Some a isso o fato de ser uma aguerrida defensora da moralidade da paternidade (em seu caso maternidade...) autoral. E não só retoricamente, o que é sobremodo fácil e cômodo.

Denise Bottmann tomou o lado duro - e difícil - da trilha do que é feito com a (e com) obstinação. Logo, em assim agindo, precisou mais do que coragem, do que garra e do que convicção. Preciosu - e teve - aquele tempero que raramente é adicionado à maior parte da experiência humana, eis que implica que se tenha amor pelo que pode ser feito, ao mesmo tempo em que seja mantido o inconformismo em relação ao que está sendo feito e contra o que nos rebelamos.

No final de 2007 (êta como esta coluna está atrasada...) Denise lançou um manifesto contra os plágios que descobriu em diversas traduções lançadas e publicadas pelas editoras Martin Claret e a Nova Cultural. Contou com o apoio de mais de uma centena de tradutores.

As acusações de Bottman contra a Nova Cultural, são relativas a uma tradução de Voltaire, cuja estrutura e cujos erros cometidos são aparentemente símiles ao original de Mario Quintana. Mas estas não são as únicas, eis que outras possíveis “apropriações” ocorreram tangentemente a diversas outras obras. ¿Quantas? Passam de centena...

Esta mulher faz um trabalho de excepcional importância. Afinal, como ela própria diz, ex vi:
    ESTAMOS DEFENDENDO UM PATRIMÔNIO CULTURAL QUE LEVOU QUASE UM SÉCULO PARA SER CONSTRUÍDO NESSE PAÍS"
Também, em dezembro de 2007, Denise Bottmann criou um blog chamado NÃO GOSTO DE PLÁGIO onde passou a analisar as traduções que entendeu serem plágios. E ela não estava a falar de peixinhos que possam ser apanhados pela rede que é a web, mas sobre plágios de traduções de Göethe, Tolstói, Dante, D. H Lawrence, entre tantos e tantos mais autores.

¿Resultado de sua gloriosa missão? Um processo por parte da editora Landmark contra a denunciante dos plágios tradutórios, a par de Denise ter apontado os pontos que, em seu verbo, “coincidência que extrapolam o limite do tolerável”.

Entrementes ela não se intimidou e manteve o empenho em sua odisséia.

Como disse inicialmente, não conheço Denise Bottmann. Porém conheço pequena parte de seu grande trabalho. E me sinto premiado em poder ler o que li.

Por ora é só e

¡Saudações

!
AMARO MORAES E SILVA NETO